Cumuruxatiba é destino idílico e ainda pouco visitado no sul da Bahia
Pertencente ao município de Prado, vilarejo mais conhecido como Cumuru é alternativa para curtir a beleza da região sem a badalação de vizinhos mais concorridos

O sul da Bahia conta com alguns dos trechos litorâneos mais cultuados por quem quer botar o pé na areia e curtir a tranquilidade de frente para o mar. A tal ponto que, às vezes, a fama de certos lugares acaba até jogando contra, deixando as praias cada vez mais apinhadas (vide Porto Seguro) e caras (vide Trancoso). Na contramão da muvuca, Cumuruxatiba, no interior do município de Prado, é uma daquelas joias ainda menos visitadas do que outros litorais baianos.
Mais conhecido como Cumuru, esse povoado ainda é “favorecido” pelo isolamento geográfico, ironicamente atraindo visitantes graças à dificuldade de o. Isso porque, para chegar lá, saindo de Prado, é preciso percorrer cerca de 30 km de estrada sem pavimentação no trecho final, por vezes precária. Vale ficar atento à previsão do tempo na época de sua viagem, já que essa parte do trajeto pode se tornar ainda mais demorada quando chove.
Esse detalhe também reforça a necessidade de planejamento: como chegar não é tão simples, vale a pena organizar uma estadia de pelo menos três noites, até porque o lugar é um convite para desacelerar – e você vai querer permanecer o máximo de tempo possível!

Atrações de Cumuruxatiba
De longe, o diferencial de Cumuru é a tranquilidade. Quem frequentou destinos hoje badalados do sul baiano “antes da fama” garante que o ar pacato e familiar lembra muito o ado de outras praias que hoje são super concorridas. A pegada é ficar por ali mesmo, sem pressa para fazer algo, nem planos demais para seguir rumo a outra atração nas redondezas.
Estenda uma canga na areia, bote uma cadeira à sombra das árvores que chegam até a beira d’água, arranje um refresco ou petisco da barraca mais próxima e aproveite a estadia com o tempo ando mais devagar.

Os melhores pontos para banho ficam no centro de Cumuru, na própria praia de Cumuruxatiba e na Praia do Píer. Talvez a praia mais famosa seja a Barra do Cahy, que teria sido o ponto onde portugueses aportaram pela primeira vez – é uma das paisagens mais bonitas de Cumuru, cercada por falésias e coqueiros.
Pousadas em Cumuruxatiba
Apesar de ser um lugar pequeno e mais simples, a população local soube abraçar os visitantes, e não faltam opções de pousadas à beira-mar e restaurantes de culinária baiana. O bacana de Cumuru é que se formou por lá um hub de pousadas muito aconchegantes e com serviço dos mais simpáticos. Na Pousada Rio do Peixe, o casal Milene e Luiz é incansável e, o café da manhã, um acontecimento. A um pulo do centrinho, a Pousada Areia Preta tem uma área bem agradável e suítes voltadas para o mar. A Pousada Ingá conta até com uma suíte em forma de “casa na árvore” erguida ao redor de uma aroeira. A Pousada Villa Cumuru tem um amplo jardim que termina na praia. Com cinco suítes e clima de casa, a Casa Tuco está mais afastada do centrinho e tem acomodações das mais estilosas.
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Embora a dica seja curtir Cumuru ao máximo, uma esticada bem possível e a ainda mais isolada é a fantástica Corumbau, que tem uma pousada das mais elegantes e confortáveis, a Vila Naiá.
Como chegar (e quando ir)
Como em outros destinos do litoral sul da Bahia, não convém planejar essa viagem a partir de Salvador (que fica a mais de 800 km de distância). As melhores opções para chegar a Prado – e, dali, seguir viagem a Cumuru – é descendo nos aeroportos de Teixeira de Freitas, a 110 km, ou no de Porto Seguro, a 220 km.

Embora Teixeira de Freitas seja bem mais perto, a maior disponibilidade de voos até Porto Seguro acaba tornando essa opção mais comum. Uma vez no aeroporto, dá para seguir viagem alugando um carro, negociando um deslocamento de táxi ou combinando previamente um transfer com a pousada. Como não há tabela fixa de preços, é bom se informar antes sobre os valores praticados na época da viagem – no trajeto mais longo, a partir de Porto Seguro, prepare-se para preços salgados, oscilando perto de R$ 1 mil.
Quanto à melhor época, a boa notícia é que não muda muito: o tempo é agradável o ano inteiro, sem grande variação no regime de chuvas – até pode chover bastante, mas não tem como prever. De julho a novembro são meses ótimos para avistar baleias-jubarte em eios de barco.